Poder e mais Poder

Muito interessante acompanhar as guerras modernas. Elas já não se fazem mais com tacapes, nem com flexas ou baionetas. Até bombas atomicas ficaram para trás. Não se disputam terras ou escravos. Não se vê uma gota de sangue.  Dois grandes poderes disputam a nossa mente e a nossa alma. Ser moderno é entrar sem escolher, ou sequer saber que está lutando como um peão nesta guerra de poderes políticos, televisivos e religiosos. Onde se perde no horizonte o volume de motivos negros que cada um dos lados mascara com a fachada de bondade. Jornalistas, pessoas que costumamos acreditar frenteiam as batalhas acusando e sendo acusados. Os verdadeiros reis, ocultando uma armada de acusações verdadeiras e defesas falsas. E eu que vejo tudo sentado no meu sofá, acreditando existir em algum lugar algum desejo escondido de mostrar a verdade como notícia, me desencanto com a certeza escancarada que os motívos  nada mais são de uma guerra de poder. Poder sobre mim e sobre as massas que constituímos.
Sabemos bem como prender e condenar uma pessoa comum que cometa algum crime, mas não conseguimos nos decidir quando o “bandido” é uma corporação ou um refletor de poder público ou económico. Mas precisamos aprender de alguma forma. Como se pode imaginar assistir uma troca de acusações do nível que estamos vendo, e as defesas, palavras vazias ou outras acusações. E não conseguirmos reagir, ainda por cima, assistimos nos próprios meios que nossos algoses nos permitem. Não somos capazes, sequer, de trocar o canal, a não ser para o outro, para assistir também calado, senão estupefato, a réplica. Não conseguimos, dados os outros atrativos, decidir dizer NÃO para eles. 
Hoje não existe uma guerra onde a população “civil” fique protegida e amparada por uma certa ética de batalha. Ninguém está protegido. Todos estamos arrolados como soldados sonambulos nesse vendaval de bobagens e acusações que sabemos muito bem onde vai chegar. Somos soldados, vítimas, a arma e o motivo. Mais interessante ainda é que quando olhamos mais do alto e constatamos que até mesmo essa guerra é armação. Que existem poderes maiores. Maiores manipuladores e perpetradores de um mal cuja premissa principal, senão única, é o PODER, utilizando um colorário sofrido, gasto, mas infelizmente mais que na moda na mídia moderna: VENDER NOTÍCIA A TODO CUSTO.
Eu me nego a acompanhar esta palhaçada que infelizmente não vai dar em nada. Como não deu em nada outros grandes absurdos de grandes poderes do que acontece neste Brasil, como a novela SARNEY.